Monsaraz - Vila Presépio 12/2002 - Monsaraz
autor: Sofia Quintas exposição colectiva

Monsaraz - Vila Presépio

12/2002 - Monsaraz

Etimologicamente Monsaraz pode significar Monte Xarez, ou Monte Xaraz: um cerro erguido no meio de uma região antigamente rodeada por uma impenetrável brenha de estevas ou xaras.

Sendo uma das mais antigas povoações a Sul do Tejo, Monsaraz surpreende o viajante pela sua altitude, não muito típica de terras alentejanas e que lhe confere uma paisagem de cortar a respiração. Construída no cimo de um monte e de difícil acesso, foi em tempos posto de defesa, dada a sua posição geográfica favorável perto do Guadiana e a sua altitude.

A vila é a serrania na planície, e possui características muito próprias que se destacam do resto da paisagem. O ambiente medieval das muralhas faz com que Monsaraz pareça, ela mesma, um presépio.

Em Dezembro, Monsaraz é um presépio dentro do presépio, como se quisesse mostrar a quem passa a sua idade e do que é feita. O presépio concebido por Teresa Martins, composto por cerca de 30 figuras construídas a partir de grandes estruturas de ferro e rede, cobertas por panos de cor crua, tratados para o efeito, cohabita com as ruas estreitas da vila. As figuras do presépio, não fossem as suas dimensões, poderiam ser confundidas com habitantes da vila, parados no tempo ou ocupados nos seus afazeres. No entanto existe um percurso delineado pelas figuras que nos leva à antiga igreja onde está o tríptico principal do presépio.

Pelo caminho ficam os reis magos e as suas oferendas, pastores e seus rebanhos, lavadeiras, aguadeiras, crianças...é um mundo novo a três dimensões que nos faz observar Monsaraz de outra perspectiva: a de já não estar encerrada sobre si mesma dentro das muralhas do castelo.

De noite acendem-se as luzes e tem-se a sensação mágica de se estar a viver dentro do presépio, e de quase sermos intrusos liliputianos de outra dimensão. Ecoa música natalícia e a silhueta das muralhas e os trajes das figuras transportam-nos para outras paisagens mais exóticas.

Texto de Sofia Quintas
Agradecemos à Dra. Ana Paula Amendoeira do Pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz pela autorização de utilização dos textos sobre a origem da Vila.