Transeunte

Février 2008

A rua. Gente. Trânsito. Caos. Ruído...
Paredes. Introspecção. Silêncio. Ausência...

É entre estas realidades, por vezes misturadas e difusas, que venho desenvolvendo uma busca, cujo fim provavelmente reside apenas dentro de mim próprio. O receio, a timidez de fotografar o outro acompanham-me desde sempre, desde o tempo em que o silêncio era a minha mais forte arma comunicacional com insectos, aves e flores, em ambientes bem mais harmoniosos, onde encontrava uma relativa paz interior. Mas a curiosidade, o desafio de captar laivos de beleza humana foram-se revelando mais fortes...

Olhares, expressões, rostos, silhuetas e luz - muita ou pouca conforme as circunstâncias ? vistas pelo olhar de quem passa, pára e segue. Por vezes sorridente. Tranquilo. Confiante. Ou inquieto. Envergonhado. Ansioso. Com medo até. Transeunte num mundo de outrem...

Texto: António Luís Campos